Conferi o espetáculo que conta a história da criação da banda “Mamonas Assassinas” e o sucesso meteórico dos 5 rapazes de Guarulhos, “O Musical Mamonas”.

O musical estreou no dia 11 de março, no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, e tem previsão de turnê pelo Brasil inteiro. Ele tem Direção Geral de José Possi Neto, Direção Musical de Miguel Briamonte, Texto de Walter Daguerre e Coreografia de Vanessa Guillen.

No elenco, os 5 músicos são interpretados por: Ruy Brissac (Dinho), Adriano Tunes (Julio), Yudi Tamashiro (Bento), Elcio Bonazzi (Samuel Reoli) e Arthur Ienzura (Sérgio).

Sinopse

Há vinte anos cinco garotos de Guarulhos viravam a música brasileira de ponta cabeça. Em uma carreira meteórica os “Mamonas Assassinas” fizeram história por sua irreverência, conquistando o país através de um escrachado rock’n roll combinado com diversos ritmos e letras bem humoradas. Os mesmos jovens que encantaram, também comoveram pela maneira abrupta que tiveram suas carreiras interrompidas.

Agora imagine se os Mamonas pudessem contar sua própria história?

Foi pensando nessa pergunta que o dramaturgo Walter Daguerre (mesmo autor do musical Jim, sobre Jim Morrison) apresenta O Musical Mamonas. Com direção do premiado José Possi Neto, o musical apresenta a mesma irreverência e o mesmo escracho que Bento, Dinho, Júlio, Samuel e Sergio demonstravam dentro e fora dos palcos, representados pelos atores Ruy Brissac, Adriano Tunes, Yudi Tamashiro, Elcio Bonazzi e Arthur Ienzura, todos escolhidos em audições.

Apresentado e patrocinado pelo Banco do Brasil Seguridade, O Musical Mamonas é em primeiro lugar, uma grande brincadeira com o gênero musical biográfico. Convocados pelo anjo Gabriel para uma importante missão – dar um jeito na caretice que tomou conta da vida dos brasileiros – Bento, Dinho, Júlio, Samuel e Sergio resolvem contar em um musical como conseguiram passar pelo estreito funil do show business: na base da persistência e da corajosa aceitação de suas personalidades um tanto quanto divertidas. O espetáculo traz ao público de maneira despojada e divertida a trajetória da banda desde sua “Utopia”, até a transformação desta na realidade dos “Mamonas Assassinas”, passando por todas as músicas do primeiro e único álbum de estúdio da banda até o apoteótico show no histórico “Thomeuzão” em Guarulhos.

Com direção musical de Miguel Briamonte e coreografias de Vanessa Guillen, o musical traz também músicas de bandas que fizeram a cabeça dos cinco rapazes e marcaram a década de noventa, como Titãs, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, Guns’n Roses, Rush e ainda reserva espaço para paródias e músicas originais compostas para o espetáculo O Musical Mamonas.

Crítica

Eu estava um pouco ansioso para conferir o espetáculo porque, felizmente, eu tive a oportunidade de ser fã da banda “Mamonas Assassinas” quando era criança.

Confesso que não conhecia toda a história da banda, como foi contada no espetáculo. Conheci a banda Utopia tempos depois, quando já era mais adolescente e fui buscar a essência dos falecidos Mamonas Assassinas.

Nesse quesito o musical é bastante interessante, pois mostra todos os conflitos para a criação de uma banda que foi um tremendo sucesso nos anos 90.

O grande problema do musical foi transformar os personagens em caricaturas infantis.

Concordo que eles eram super brincalhões no palco. Mas na vida real (pelo menos pelas entrevistas e vídeos de cotidiano que eu já vi), é notável que eles mantinham um comportamento divertido, mas que refletia a idade deles (20 e poucos anos).

O resultado foi um musical bastante infantil… Como se os personagens tivessem no máximo 12 anos de idade.

Outro erro foi usar algumas brincadeiras de roteiro diversas vezes durante o espetáculo. Se tivessem usado apenas uma vez, teria sido genial. Mas pecaram pelo exagero de repetições.

Apesar disso tudo, é um musical que diverte e que te faz ter o sentimento nostálgico de ver os Mamonas Assassinos “vivos” e se apresentando na sua frente. Detalhe para os personagens que foram escolhidos à dedo e lembram muito os músicos.

Vale a pena assistir. Tente desencanar do lado infantil do musical e aproveite para lembrar da banda mais “crazy” que já passou por esse país.