Sempre escuto muitas pessoas falarem sobre como o tempo é curto, o quanto elas querem fazer alguma coisa mas nunca dá. Falam até mesmo que não tem tempo ou que não deu tempo de fazer determinada coisa, afinal, estão muito ocupadas. A falta de tempo serve como desculpa para deixarmos de fazer algo que não pretendíamos fazer ou que realmente não queríamos.

Falar que estamos muito ocupados e sem tempo também serve como desculpa, às vezes para nós mesmos, para não fazermos coisas que precisamos realmente fazer.

A verdade é que a justificativa do não ter tempo não deve ser levada em consideração. Atualmente, ser uma pessoa ocupada, sem tempo, daquelas que está sempre atrasadas para algo, que tem o dia cheio, é visto como algo bom. Afinal, se esta pessoa está fazendo algo para estar tão ocupada, então essa é uma pessoa muito importante. Neste ponto de vista, podemos pensar que o grau de importância das pessoas está sendo mensurado por sua falta de tempo.

Portanto, para a maioria das pessoas, falar que não tem tempo é comunicar para o outro, implicitamente, que ele é muito importante, e quer ser visto dessa maneira pelo outro.

Mas o que realmente é o não ter tempo? O usar a desculpa de não ter tempo, pode ser visto na realidade como um aviso da pessoa que, no momento, não está priorizando algo, ou seja, o tempo é questão de prioridade. As pessoas sempre tem, ou arrumam, tempo para fazer aquilo que elas priorizam.

Vamos pensar então que um amigo pediu para que você fizesse algo para ele, e você, como bom amigo que é, afirmou veementemente que iria fazer este algo. Então, passado um tempo, este amigo vem lhe cobrar deste algo que te foi pedido, e você, que neste ponto até já esqueceu o que era, pede desculpas e informa para ele que não o fez, ou que começou a fazer mas não terminou pois estava sem tempo. Você quer que ele te entenda e perceba que você precisa fazer outras coisas, afinal você é muito ocupado e muito importante. Mas na verdade, você priorizou outras coisas, e não necessariamente fazer isto que te foi pedido. Você tinha sim tempo pra fazer, mas preferiu fazer outra coisa com este tempo, ou seja, deu prioridade para outras coisas. Falo isto para afirmar novamente que, a falta de tempo não é uma desculpa válida por termos deixado de fazer algo.

Não nos cabe aqui julgar o que é certo ou errado, ou que devemos generalizar que é sempre isto que acontece. Devemos pensar portanto em como estamos organizando nosso tempo, quais atividades nós fazemos no dia a dia e em que gastamos mais tempo. Dessa forma poderemos saber quais são nossas reais prioridades. Sem contar que, da próxima vez que deixarmos de fazer algo, não vamos mais culpar a falta de tempo por isto. Devemos nos desculpar e dizer que não priorizamos aquilo em especifico até o momento. Tendo em mente que as prioridades mudam de acordo com o que precisamos realmente fazer ou não. Podemos rever e mudar algumas prioridades para que possamos realizar algumas atividades que precisamos (mas não queremos) e assim podemos, o mais rápido possível, reorganizar nossas prioridades novamente.

Organizar nossas prioridades é uma forma de nos tornamos mais responsáveis com tudo que nos dispusemos a fazer. Desta forma, podemos até mesmo saber o que faremos de verdade e o que não. Assim como, saberemos se podemos cumprir o que prometemos e se já estamos prontos para buscar novas responsabilidades. Sem contar que sabendo quais são nossas prioridades, organizando tudo o que precisamos fazer por obrigação, faz com que consigamos arrumar um tempo para fazer aquilo que gostamos e não estamos obrigados. O tempo continuará o mesmo, mas a forma como você gastará ele irá mudar. Dessa forma fica mais fácil encontrar tempo para atividades que desejamos fazer buscando apenas o lazer ou até mesmo para aumentar a qualidade de vida e deixarmos de nos queixar sobre a nossa falta de tempo.

Colaboração: Leonardo Luchetta.