Apenas uma vez: a história de um músico de calçada
Sempre tem a hora que você tá com vontade de assistir a um filme light. E não importa de que época seja o filme, certo? #QuemNunca
Talvez o ano de 2006 não seja distante o suficiente pra classificarmos como “época”. Apenas uma vez (Once – 2006) é um filme que já estava em meu radar faz quase 1 ano. Estava lá, escondido na minha interminável lista de filmes que preciso assistir. Se bem me lembro, ouvi a recomendação através de um podcast.
“Apenas uma vez” se passa em Dublin, na Irlanda, e conta a história de um cara vivido por Glen Hansard, que pode ser qualquer um músico desses que você encontra tocando violão na calçada, com um case a frente esperando pelas suas moedas. É um cara tão “qualquer um” que no filme nem nome ele tem.
Aliás, os principais personagens não tem nomes e você nem percebe, tamanho o esmero do diretor e roteirista John Carney em te trazer pra dentro da história, fazendo com que você se importe e se identifique com os personagens.
Certo dia, o músico conhece uma mulher – Markéta Irglová – na calçada, que se encanta de verdade com sua voz e maneira de tocar, o que acaba o inspirando a criar novas canções e a projetar vôos maiores, como ter uma banda e viajar pelo mundo vivendo de música. A leveza do relacionamento dos dois é o que vai te fazer ficar grudado em frente a tela.
As canções apresentadas no longa são reais e certamente vão te tocar, pois encenam bastante o que está acontecendo com os dois personagens principais e parecem um grito de agonia do músico, tamanho sofrimento representado – talvez você até faça um comparativo dele com James Blunt.
A verdade é que Glen Hansard, ator que vive o músico no longa, é vocalista da banda dublinense The Frames na vida real. Pra completar, o diretor do filme foi baixista dessa banda até o ano de 1993. Talvez seja por isso que o roteiro transmita tanto sentimento com tanta veemência.
Há quem classifique o filme como um musical. Creio que seja algo mais próximo de um drama com pitadas gourmet de gênero musical. Aqui você não verá gente cantando sem motivo, emendando uma conversa com música a todo momento, característica principal de musicais tradicionais. A música é o tema principal. Chega até mesmo a ser mais importante do que em um filme musical.
Apenas uma vez é bastante próximo da realidade de músicos que tentam a sorte na calçada. Tudo pode acontecer. O tudo ou o nada. O final da história pode frustrar alguns mas também há quem prefira classificar o desfecho como corajoso e autêntico.
Em 2013, o mesmo diretor lançou uma adaptação Hollywoodiana bastante elogiada desse filme, chamado “Mesmo se nada der certo” (Begin Again) com Mark Ruffalo, James Corden, Keira Knightley, Adam Levine (Maroon 5) entre outros, no elenco.
Em “Apenas uma vez”, a sensação que fica é que durante toda a projeção, o menos é mais, assim como na vida real. Dá uma olhada no trailer legendado aí embaixo.
Rodrigo Cunha96 Posts
Publicitário, geek, louco por cinema, música, games, livros e boas idéias nas horas vagas e não vagas. Tem medo de fazer compras em NY e beber num PUB de Londres e nunca mais voltar.
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