Ontem tivemos umas das maiores decepções em 100 anos de futebol com a seleção Brasileira, após os 7×1 da Alemanha sobre o Brasil em Belo Horizonte. O jogo nos traz algumas questões importantes sobre a atuação e situação do futebol brasileiro no contexto mundial.

Todos tinham a positividade sobre a Copa do Mundo ser no Brasil, com a nossa torcida nas arenas e ruas incentivando nossa seleção, o Brasil teve uma primeira fase de competição quase sufocante, a passar por um jogo difícil contra a Croácia, uma vitória sofrida sobre Camarões e o empate justo contra o México. Tivemos as oitavas de final em clima de mata-mata literalmente, ao passar pelo Chile de forma sortuda e na melhora contra a difícil e talentosa Colômbia.

Precisamos analisar o Brasil nas suas últimas copas, sou da geração campeã do tetra de 1998, em 2002 fomos campeões pelos pés da dupla de jogadores Ronaldo e Rivaldo. Após o penta campeonato o Brasil despencou em seu trabalho no futebol, mesmo justificando a copa das confederações vencida no ano passado que infelizmente não servem de comparação para uma copa do mundo em casa, com pressão, jogadores da nova geração e falta de preparação tática e técnica não realizada corretamente.

Os méritos da humilhação são de grande parte do Brasil, pela sua ineficácia futebolística e a escassez de futebol, mas não podemos deixar de ressaltar o ótimo futebol do simpático time alemão que cresceu após sua derrota para o Brasil, lá na final em 2002, onde traçaram uma meta investindo nessa geração que após dez anos apresentou esse belo futebol nessa copa com Manuel Neuer, Philipp Lahm, Jérôme Boateng, Mats Hummels, Benedikt Höwedes, Sami Khedira, Thomas Müller, Bastian Schweinsteiger, Mesut Özil, Per Mertesacker, Julian Draxler, Toni Kroos, André Schürrle e Miroslav Klose (que bateu o recorde de gols em Copas), palmas para eles.

Um dos pontos mais discutidos pela opinião pública seria o time. Para quem não sabe, junto com os alemães, os jogadores brasileiros são os mais bem valorizados financeiramente (em grupo) da copa, se calcular por alto: Davi Luiz e Thiago Silva são os dois zagueiros do Paris Saint Germain (da França), Maicon atua pela Roma (da Itália), Marcelo do Real Madrid e Daniel Alves do Barcelona (da Espanha), Fernandinho do Manchester City, Ramires e Oscar do Chelsea, Paulinho do Tottenham (que atuam na Inglaterra), Dante pelo Bayern Munique e Luís Gustavo do Wolfsburg (da Alemanha) são todos bem remunerados, bem valorizados nos seus clubes, o restante do time, claro que tem menos visibilidade, assim como talento, mas o pior do jogo jogado pelo Brasil nessa copa é a questão técnica, o esquema tático, o comando, a escalação do time, os selecionados, as posições e as opções selecionadas pelo professor.

Felipão, é o treinador professor do penta campeonato e popular no Brasil trouxe no português correto uma inteligência limitada, ultrapassada e ineficaz no nível mundial (onde o Chile e Colômbia são superiores) no tratamento técnico e tático da seleção Brasileira, vimos diversos times durante essa própria copa se adaptar aos seus adversários e o Brasil continuou aquele mesmo time que goleou a Espanha no final da Copa das Confederações lá no ano passado, sonho nosso.

O time teve nessa copa a sorte de ter um Neymar fazendo gols em seleções inferiores e mais sorte por passar pelas oitavas e quartas de final. Infelizmente essa constatação é a mais triste, principalmente para as crianças que acompanham suas primeiras copas, uma copa no nosso país que foi desperdiçada. O Brasil vai disputar o terceiro lugar, mas precisamos aprender com esse padrão criado pela Copa do Mundo 2014 no Brasil, que as seleções estão cada vez mais niveladas pela estratégia, técnica, tática, comando, treinamento, talento e aprendizado junto com a história e peso de sua camisa.

Por Fabio Allves.
É torcedor e crente que nossa seleção Brasileira não é Penta Campeão Mundial à toa.