Somos culpados por muitos de nossos problemas
Dia desses eu estava observando minha sobrinha de 10 anos na rede “brincando” com um cachorro. Coloquei aspas no brincando, pois aquilo não era bem uma brincadeira. Essa cena me fez refletir sobre como nós (seres humanos racionais e pensantes) agimos na nossa vida em relação nosso problemas.
Para esclarecer vou evidenciar a situação e depois expor a minha reflexão. Eis o que aconteceu:
“Minha sobrinha estava na rede e no mesmo cômodo estava o cachorro. O animal fica no quintal sozinho e naquele dia estava tendo seu dia de ‘condicional’ dentro de casa. A criança apenas gosta de ficar na rede.
O cachorro estava eufórico, claro, afinal, ele estava livre, tinha companhia, queria brincar, correr, morder. Por ser solitário, qualquer sinal de atenção já fazia com que o cachorro fosse em direção das pessoas para pular, lamber, mordiscar e implorar por carinho.
Na rede, minha sobrinha sentia medo do animal (que é inofensivo). E a cada barulho que minha sobrinha fazia ele ia em direção à ela, fazendo com que ela entrasse nos berros mandando ele ir embora e se afastar.
Quando o cachorro finalmente se afastava, novamente minha sobrinha fazia algum tipo de barulho e lá votava o solitário e ela novamente entrava em desespero.
A cena se repetia e nada mudava e eu me perguntava, porque ela não faz algo para mudar? Por que ela continua chamando a atenção do cachorro?
Depois de ‘salvar’ a menina de um animal solitário, me peguei refletindo…”
Essa situação me fez pensar em como nós lidamos com nossos problemas. No exemplo, o problema existia, pois a criança o atraia (mesmo que o problema não fosse perigoso, para ela era um problema).
Será que nós também fazemos isso, será que nós também atraímos problemas para nós mesmos e não conseguimos ver as soluções? E se os nossos problemas estão sendo causados por nós mesmo, mas no fundo, nem sejam um problema tão grande assim?
A conclusão que cheguei é que a maioria dos nossos problemas ocorre por causa das nossas próprias decisões, ou seja, nós que acabamos causando o problema. Porém não conseguimos nos culpar. Buscamos a culpa no outro e tentamos nos isentar.
Assim como, se o problema fosse com o outro, talvez teríamos encontrado soluções, mas quando é conosco, ficamos tão focados no problema, que temos dificuldades para resolvê-lo, não pensamos em como resolver, apenas em quão grande ele é.
Veja bem, problemas todos temos, sempre teremos. Se não tivermos vamos fazer “barulho” para o problema chegar e entrarmos em pânico.
A diferença é o que vamos fazer com esse problema. Vamos perceber que ele pode ser suplantado e que não adianta apenas “gritar e mandar ele embora” ou vamos enfrentá-lo e buscar novas formas de resolvê-los?
Quanto mais procurarmos culpados para os nossos problemas, menos soluções vamos encontrar. Talvez esteja na hora de modificarmos a forma como percebemos os problemas e buscar reais soluções para eles, pois, diferente da menina no exemplo, minha sobrinha, nem sempre vai ter alguém que virá resolvê-los.
Leonardo545 Posts
É psicólogo e redator de conteúdos. Escreve, reflete e pesquisa sobre os mais variados temas. Não considera a escrita como trabalho, mas uma necessidade da alma.
0 Comentários