Lulu, Tubby e práticas que sempre existiram
Resisti bravamente por duas semanas para escrever o tal Lulu, o aplicativo criado por uma tia jamaicana (não tão tia assim) após um dia dos namorados – segundo ela “porque as mulheres quando estão sozinhas se abrem mais e fazem mais amizade”.
Segundo essa declaração, poderíamos pensar que essa seria uma rede social só de mulheres para discutir os mais diversos assuntos, esmaltes, serviços, comidas, etc. Considerando esse enfoque e só esse enfoque a ideia é interessante, por mais redundante que seja – já que já existem maçantes apps e sites para fins de avaliação. Eis que numa genial (ou nem tão genial assim) campanha de marketing de lançamento o aplicativo é usado apenas e tão somente para avaliar homens.
Seria genial se não fosse de forma anônima e sem consentimento do avaliados.
Seria genial se fossem usados adjetivos reais e metáforas através de hashtags com o objetivo de denegrir a imagem dos homens .
Alguns levaram na brincadeira, outros ficaram preocupados, dizem alguns processaram pelo motivo errado, alguns processaram pelo motivo certo e outros dizem que inventaram um app vingança – o tal de Tubby.
Antes que me julguem pela opinião que vem a seguir, me chamando de machista ou de misógino,sempre defendi – desde de criança – que uma reação pode e será proporcional à força do ataqueinicial. Isso vale para irmãos, isso vale para chefe no trabalho, isso vale numa disputa intelectual com alguém. Funciona assim com todos os animais, não seria diferente com o ser humano e não aceito as desculpas de que somos seres racionais e não podemos agir como seres irracionais – isso é não natural – é condicionamento com base em morais e bons costumes.
Antes dos apps, como funcionava a vida?
Os homens (eu prefiro chamar de meninos), nas mesas de bares, comentavam das suas peripécias sexuais, sempre ao tom de piada e sendo verdade ou mentira (isso nunca importou para os outros),TODOS os amigos da mesa duvidavam de todas as vantagens contadas na mesa, mesmo que fossem verdadeiras . Entretenimento – Imbecil, reconheço – mas apenas entretenimento.
Já as mulheres, sempre andando em bandos, também sempre comentavam sobre as peripécias sexuais. É verdade que não usam os termos grosseiros dos homens, mas as avaliações não deixam de ser depreciativas. Tamanho e calibre do membro, performance, velocidade no resultado final, tudo isso sempre esteve presente nas conversas femininas, mas nesse caso, sabe-se que é a opinião das mesmas e não um monte de vantagem que pode ou não ser verdade, mas que é tratada como balela por todos os interlocutores.
A meu ver, no caso das mulheres há um agravante: elas também comentam sobre seus atuais parceiros, namorados, esposos ou amantes. Enquanto os homens não. Para o homem existe uma diferença entre a transa e a mulher com quem ele tem um relacionamento. Certo ou errado, essas tem o respeito.
A institucionalização da idiotice
Não estamos falando de sexismo, estamos falando de respeito mútuo
Ao lançar o Lulu, Alexandra Chong (aquela tia Jamaicana que eu citei no começo), diz que pensou na avaliação de tudo envolvendo o universo feminino, mas escolheu o caminho mais curto para o início e “resolveu atacar o homem” Resolveu atacar todos aqueles serem que “objetificaram” as mulheres durante séculos e agora precisam pagar por tudo que seus antepassados fizeram, puxando as mulheres pelo cabelo para dentro da caverna.
Em tempos de internet/feminismo/ busca de igualdade com privilégios por sermos mulheres o mote foi perfeito e a adesão em massa.
A preocupação em “proteger as avaliações” com as hashtags pré definidas ela teve, porém os objetos não gostaram se transformar em objetos. Mais uma vez, o ser humano se equiparou ao seu semelhante da pior maneira possível – se igualando nos maus hábitos.
#trêspernas #pépequeno #bebesemcair #prefereovideogame são exemplos das hashtags que para as defensoras “não tem problema nenhum”.
Pronto, sucesso garantido. Barulho e todo mundo usando o app.
Minhas críticas sempre foram não pelo app em si, mas pelo anonimato, conforme previsto na constituição brasileira:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
…
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Eis que, aproveitando a onda, com raivinha ou simplesmente aproveitando uma oportunidade que surgiu é anunciado o lançamento do Tubby, o app similar, criado pelos homens para avaliar as mulheres. Da mesma forma que seu primo Lulu, a entrada é mandatória – conforme termos de uso do Facebook , mas o que difere são as hashtags a serem utilizadas: #engoletudo #Curtetapas (conforme imagem publicitária apresentando o suposto app) das hashtags apresentadas acima?? A sutileza diriam as defensoras, mas eu questiono? Qual sutileza? Ou vão dizer que #pepequeno não é uma alusão ao tamanho do órgão sexual masculino, ou vão dizer que #prefereovideogame não é alusão ao não desejo sexual?
Cansei de blá blá blá, concluindo todo esse vômito, infelizmente o que penso é que muitos homens ainda são meninos, mas muitas mulheres me decepcionaram nos últimos dias mostrando-se apenas meninas mimadas que não sabem ouvir um não ou não aceitam ser trocadas por um videogame e não as mulheres que sempre bradaram ser.
Concorda que essa “briguinha de quinta série” não agrega em nada em nossa vida? Curta o vídeo abaixo.
Ricardo Cobra2 Posts
É o editor e autor de grande parte das receitas exibidas no site Homem na Cozinha. Paulistano, amante de um bom vinho e de uma comida bem feita.
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