Travessia Petrópolis-Teresópolis: Parque da Serra dos Órgãos (RJ)

Travessia Petrópolis-Teresópolis

Dos passos que dei, poucos foram para percorrer trilhas. Mas apesar de iniciante nas caminhadas deste Brasil, a travessia Petrópolis-Teresópolis, localizada no Parque Nacional Serra dos Órgãos (RJ), deixou sua marca em mim – algo que tento mostrar nas fotos a seguir, mas que se vê em uma proporção infinitamente maior por fora das lentes.

Fiz a travessia neste último feriado de maio junto ao Arthur, que além de ser meu par, foi o guia do percurso. Para percorrer a travessia, é possível ir com guias credenciados pelo Parque, acompanhado de grupos, ou ir por conta (o que foi nosso caso), levando seu próprio mapa ou GPS. Boa parte do trajeto se dá em trechos de rocha nua, sem muita demarcação além das pequenas pilhas de pedras que se camuflam no caminho.

Parque Nacional Serra dos Órgãos

No total, são 30km que podem ser percorridos em três dias de caminhada ou menos, dependendo de seu ritmo e condicionamento físico. Nós, esportistas de fim de semana, fizemos em três dias.

No primeiro, a subida é constante e intensa. Partindo do bairro do Bonfim rumo aos Castelos de Açu, o caminho é irregular e a subida bastante acentuada. Passados aproximadamente 2/3 de trilha, a mata começa a se abrir, e o que segue é impressionante – uma bela vista da Baía de Guanabara, onde se pode ver o Pão de Açúcar quase invisível no horizonte.

Baía de Guanabara

O destino desta primeira etapa é facilmente identificável pela característica dos Castelos de Açu, que mais parecem um fóssil pré-histórico. Bonitinho!

Castelos de Açu

Fazer a travessia também significa poder acompanhar o nascer e o deitar do sol maravilhosamente bem, em dose dupla. Embalados no silêncio e nessa imensidão, a gente até esquece do peso cansado que o corpo ganhou depois das caminhadas.

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A segunda etapa diria que é a mais difícil, mas também a mais divertida. Percorremos uma série de subidas e descidas “no perrengue”, em especial dois pontos com maior dificuldade: uma escadaria feita por vergalhões de ferro fixados em um morro rochoso, conhecida como “elevador”,  e o famoso “cavalinho”, uma subida íngreme de pedras onde, para conseguir escalar, é necessário montar na pedra (como em um cavalo, apesar do detalhe de haver um penhasco logo ao lado). É bem possível passar por esta parte, mas meus 1,65m e uma dose de medo de altura me obrigaram a precisar de uma mãozinha-guincho do Arthur.

Travessia Petropolis-Teresopolis-4

Chegando ao destino, a Pedra do Sino é o ponto mais alto da Serra dos Órgãos, com 2.275m de altitude. Sabe aqueles momentos em que o silêncio narra melhor do que as palavras? Então…

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O terceiro dia é o menos cansativo. Tem início na Pedra do Sino e termina na entrada do Parque, em Teresópolis, percorrendo um grande ziguezague no meio da Mata Atlântica. Para os corajosos em enfrentar uma água congelante, vale aproveitar a cachoeira que fica ao final da trilha. As dores no corpo agradecem.

cachoeira

Onde ficar?

O Parque oferece dois abrigos, um para cada dia, onde você pode escolher acampar ou dormir dentro do abrigo. A segunda opção é mais quentinha, apesar do valor ser um pouco maior, e você pode optar por dormir em saco de dormir (bivaque) ou em beliches. Estes são mais concorridos, mas independente da categoria, vale fazer sua reserva com antecedência para períodos de alta temporada.

No abrigo eles também oferecem utensílios de cozinha e banho quente – para o banho, é preciso pagar adicional. Vale tentar manter um bom ritmo para não ser um dos últimos a chegar no abrigo, ou já vir com o psicológico preparado para talvez tomar um banho frio.

Quando ir?

Neste período outono-inverno, entre maio e agosto. Por ser uma época de pouca chuva, o percurso é mais seguro e o horizonte muito mais limpo.

Teresópolis-Petrópolis

O que levar?

Localizada na região serrana do Rio de Janeiro, o frio da travessia nesta época do ano pode chegar a -5ºC durante a noite. Logo, é essencial levar roupas que te protejam.

Para o trajeto, vale levar o seu próprio GPS, caso decida ir por conta própria, e uma corda alguns trechos de maior dificuldade. Também é necessário levar sua própria comida, e cada um é responsável por levar seu lixo embora depois (coisa que deveria ser feita por todos, em qualquer situação, não?). 😉

Apesar disso tudo, tente manter a mochila leve: lembre-se que ela vai te acompanhar durante toda a travessia.

Mais informações sobre o Parque Nacional Serra dos Órgãos aqui.

Colaboração: Beatriz Varella.

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1 Comentário

  • Ana Reply

    21 de junho de 2014 at 02:08

    Olá. Gostaria de saber como faço para realizar a travessia junto aos guias credenciados pelo Parque. Grata.

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