Respeite o direito do outro não gostar de você

Amigos que não se gostam

Algumas pessoas tem certa dificuldade de aceitar que alguém não gosta dela, ou que não aprecia o seu gosto, seja para músicas, filmes, livros, etc. Ou pior, que o outro não gosta do jeito que você se veste, fala ou sorri. Ao mesmo tempo em que existem muitas pessoas que não sabem lidar com isso, outras pessoas não conseguem entender porquê não gostam de outras pessoas, ou melhor, não sabem o que fazer quando sentem que não gosta da companhia do outro.

Isso é relativamente comum. Gostar ou não do outro, geralmente está atrelado aos nossos aspectos cognitivos, ou seja, da forma como pensamos e refletimos a respeito do outro, ou das informações que temos acerca do outro, criando um pré-julgamento, digamos assim. Não pretendo falar aqui dos problemas desse pré-julgamento ou afirmar que não devemos criticar o outro por ser diferente de nós, até porque já fiz isso em um post (confira).

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Meu foco neste artigo será sobre como aprender a lidar com essa situação. Ao mesmo tempo que você não gosta do outro, independente dos motivos, o outro também, em algum momento, não irá gostar de você. Na verdade, as vezes o outro pode realmente te odiar, desejar todo o mal do mundo para você e você nem o conhece. Apenas por encontrar com você ou saber da sua existência, o outro pode não gostar de você. E está tudo bem!

Algumas pessoas não sabem lidar com a notícia de que alguém falou que não gostou de ter conhecido/encontrado/presenciado/visto elas. Principalmente quando essas pessoas se esforçam para agradar o outro. Isso pode ser consequência de uma pensamento de que temos sempre que agradar o outro e que os outros precisam sempre gostar de nós, pois assim somos boas pessoas, somos sociáveis e aceitos nos grupos.

Ao saber que o outro não gosta de nós, automaticamente também passamos a ter pensamentos negativos contra o outro, como se um mecanismos de defesa e evitação de frustração nos dissesse “se ele não gosta de mim, eu também não gosto dele”. Assim acreditamos que está tudo bem. Passamos a odiar o outro apenas porque ele falou não apreciar nossa companhia, ou porque disse algo tão “absurdo”.

Na verdade é que sempre terá alguém que não vai gostar de você, independente de quanto você se esforce para isso acontecer (talvez ela não gostar de você porque você justamente se esforça demasiadamente). E não tem problema algum. O outro pode não gostar de você e você pode conviver pacificamente e tranquilamente juntos. O outro pode gostar de você e você não precisa necessariamente gostar dele.

O outro tem seus motivos (que você pode entender ou não) de não gostar de você e você, por outro lado, pode gostar dessa pessoa, sem saber que ela não te suporta. Mas, o simples fato de você descobrir que ela não gosta de você torna-se um pretexto para você tirar todos os pensamentos positivos a respeito do outro, que te fizeram gostar dele e, de repente, o outro tronar-se uma pessoa ruim.

Esses pensamentos precisam ser repensado e refletidos. Para que isso ocorra, faz-se necessário uma grande reflexão pessoal em busca do autoconhecimento e principalmente em buscar a autossatisfação. Ou seja, quando você passa a se conhecer melhor, ao mesmo tempo, você tornar-se autossuficiente e o julgamento do outro, seja positivo ou negativo, deixa de ser tão importante. Os elogios não serão mais tão necessários e as concepções ruins a seu respeito não te prejudicarão, pois você sabe de suas reais capacidades e habilidades.

Dessa forma nós nos desprendemos da dependência do outro, passamos a pensar por nós mesmos e até a perceber o mundo de uma maneira completamente diferente. Assim, chegamos a conclusão de que o outro também tem direito de não gostar de nós, e está tudo bem, pois nós também temos o direito de não gostar do outro.

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Esse direito do não gostar, não nos dá o direito (nem ao outro), de faltar com respeito ao tratar o outro de uma maneira diferente. O outro continua sendo humano, continua sendo pessoa, merece respeito e atenção, tem seus problemas, tudo igual a gente, apenas não gosta de nós e está tudo bem. Não precisamos reverter isso ou sofrer por isso. Precisamos apenar a lidar com o fato de não sermos perfeitos (e isso é muito bom) e que não precisamos estar sempre agradando. Apenas o fato de nos conhecermos e sermos suficientemente bons para nós mesmo já nos transforma em pessoas melhores.

Leonardo545 Posts

É psicólogo e redator de conteúdos. Escreve, reflete e pesquisa sobre os mais variados temas. Não considera a escrita como trabalho, mas uma necessidade da alma.

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