O ano era 1987. O diretor Paul Verhoeven, que mais tarde nos presentearia com O Vingador do Futuro (1990), Instinto Selvagem (1992) e com o polêmico Tropas Estelares (1997) e que inclusive está sendo cotado para dirigir o novo filme do Conan, com Robocop escancarou nas telonas uma violência nua e crua, mas que andava sempre de mãos dadas com o belíssimo roteiro de Edward Neumeier e Michael Miner, o que impedia que o sangue corresse gratuitamente.

Lembro bem dos posters nas locadoras e de todo o alvoroço em torno do lançamento. Haviam atores vestidos de Robocop em quase todas as locadoras e a criançada pirava (leia-se “esse que vos escreve”). Com o sucesso, é claro, vieram as inevitáveis sequências. Robocop 2 (1990) já não trazia mais Verhoeven na direção, mas pelo menos mantinha o ator Peter Weller no papel principal de Robocop. A história já não tinha mais o mesmo impacto do primeiro filme, mas Robocop 2 mereceu méritos como sequência, honrando a franquia.

O Robocop original de 1987, vivido por Peter Weller.

Mas parece que Hollywood só desiste das sequências quando um dos filmes é realmente ruim. E foi o que aconteceu aqui. Três anos depois, surge Robocop 3 (1993). Com o desconhecido Fred Dekker na direção, que até então tinha como projeto mais “relevante” no currículo a série Contos da Cripta, Robocop 3 também não contava mais com o ator que deu origem ao personagem, Peter Weller. A produção, de baixo orçamento inclusive, passou batida e pouca gente lembra desse terceiro filme, já que pouca coisa nele é digna de nota aqui 🙂

Depois disso a franquia seguiu esquecida e, há cerca de dois anos, rumores sobre um renascimento nas mãos de Darren Aronofsky começaram a surgir, para “a nossa alegria”. Depois de Cisne Negro, Aronofsky poderia fazer qualquer coisa. Eis que pouco tempo de todos, para a surpresa geral da nação, é anunciado que o brasileiro José Padilha, diretor de Ônibus 174 (2002), Tropa de Elite (2007) e Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (2010) como diretor no remake de Robocop.

O novo Robocop, com visual repaginado.

É muito provável que Padilha tenha sido escolhido por conta da grande competência e talento que demonstrou para o Brasil e para o mundo ao dirigir uma franquia de conflitos sociais, mostrando também a violência de maneira nua e crua, atrelada sempre a um belíssimo roteiro.

E hoje, surge o novo trailer desse remake que estará entre nós no dia 12 de Fevereiro. Aqui no Brasil o filme se chamará Robocop – A Origem. Achei o título confuso, já que o filme original de 1987 mostrava justamente a origem do personagem.

Mas enfim, dedo no play aí embaixo e vamos cruzar os dedos para que Padilha tenha feito um belíssimo trabalho e que boas sequências venham por aí. O que achei do trailer? Bem, ainda estou formando minha opinião e espero poder não precisar chamá-lo de novo Jiban 🙂

Na sequência você confere os dois pôsters, tanto do novo filme quanto da versão original, de 1987. Na minha opinião, o pôster da versão clássica tem muito mais impacto que a nova. Mas pôster é pôster e filme é filme, right?

Versão 2014

Versão clássica, de 1987