As coisas devem ter sido muito diferentes quando os jogadores do Chelsea chegaram ao Centro de Treinamento de Cobham para o primeiro dia de treinamento da pré-temporada sob o comando de Mauricio Pochettino. Não era apenas o início de mais um mandato de técnico, mas vários jogadores importantes e figuras influentes do clube teriam tirado seus pertences de seus respectivos armários.

O contrato do capitão do clube, César Azpilicueta, foi rescindido após mais de uma década como jogador do Chelsea, enquanto Mason Mount e Kai Havertz – que marcaram o gol da vitória na final da Liga dos Campeões de 2021 dos Blues sobre o Manchester City – foram vendidos para os rivais da Premier League, Manchester United e Arsenal, respectivamente.

Mateo Kovacic, outro membro de alto nível da equipe principal do Chelsea, foi vendido para o Man City e Edouard Mendy, N’Golo Kante e Kalidou Koulibaly partiram para a ascendente Saudi Pro League. Isso sem falar em Christian Pulisic e Ruben Loftus-Cheek, ambos enviados para o Milan, embora raramente tenham desempenhado mais do que papéis secundários com a camisa azul durante o tempo em que estiveram em Stamford Bridge. 

Com o enorme gasto do Chelsea em jogadores ultrapassando 900 milhões de libras desde que o americano Todd Boehly comprou o clube do favorito dos torcedores, Roman Abramovich, no ano passado, devido às sanções impostas ao russo pelo governo britânico graças às suas ligações com Vladimir Putin, era inevitável que alguns grandes nomes tivessem que sair para equilibrar as contas no oeste de Londres.

Nem tudo foi desgraça e tristeza, com o artilheiro da última temporada da Bundesliga, Christopher Nkunku, chegando do Leipzig por 52 milhões de libras, o equatoriano Moises Caicedo custando uma taxa recorde britânica de 115 milhões de libras e o pouco conhecido Nicolas Jackson sendo contratado do Villarreal por pouco mais de 30 milhões de libras, depois que o atacante de 22 anos marcou 12 gols e deu quatro assistências em 26 jogos do Campeonato Espanhol pelo Submarino Amarelo na campanha de 2022-23. 

Mas os torcedores do clube e até mesmo alguns dos jogadores do Chelsea podem estar se sentindo um pouco desmotivados antes da nova temporada, depois de passarem por uma das piores temporadas de sua história recente sob o comando de Thomas Tuchel, Graham Potter e do técnico interino Frank Lampard na última temporada. 

Obviamente, o Chelsea não vai desafiar o Manchester City ou o Arsenal pelo troféu da Premier League na próxima temporada, mas não é nem mesmo favorito para ficar entre os quatro primeiros com a melhor casa de aposta – ficando atrás de Man City, Liverpool, Gunners, Man United e Newcastle United no mercado.

Além disso, há a questão das copas nacionais. Há apenas dois anos, Tuchel levou o Chelsea às finais da FA Cup e da League Cup na mesma temporada – perdendo ambas para o Liverpool nos pênaltis após empates sem gols em Wembley. Mas a equipe de Stamford Bridge está cotada a 10/1 nos mercados de apostas para ambas as competições na próxima campanha. 

Desde a sua ascensão à proeminência no início dos anos 2000, os torcedores do Blues se acostumaram a ganhar troféus e suportaram apenas algumas temporadas sem troféus. Mas com times como o Man United e o Arsenal em ascensão, o Man City mais perigoso do que nunca, o Liverpool provavelmente voltando à forma e o Newcastle, apoiado pelos sauditas, uma preocupação crescente, enquanto o Chelsea parecia estar regredindo, os troféus estavam começando a parecer difíceis de conseguir. 

Não importa os troféus, se os times mencionados acima continuarem a se fortalecer, como as coisas sugerem atualmente, o Chelsea poderá se ver excluído dos favoritos na aposta Premier League por várias temporadas. 

No entanto, Pochettino e suas contratações de verão já estão melhorando as coisas, e houve muitos pontos positivos no empate em 1 a 1 do Chelsea com o Liverpool no primeiro fim de semana da temporada. Se eles conseguirem ter esse desempenho toda semana, o sucesso deve chegar mais cedo do que muitos pensavam.