HYPE: um gerador de decepções?

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Quantas vezes você ficou decepcionado quando estava esperando muito por algo? É bastante provável que você esteja aí lembrando de diversos casos: um filme, uma série, um produto, um game, uma tecnologia, um app, uma pessoa, um artista/banda/música, uma marca. A lista é ampla.

Comigo acontece com muita frequência. Tenho o costume de assinar o RSS de diversas publicações nacionais e internacionais e utilizo o app feed.ly pra acompanhar tudo que me interessa. Começar a perceber o surgimento do hype é engraçado, na falta de uma palavra melhor. Geralmente começa em fóruns especializados ou publicações especializadas em encontrar a “próxima grande coisa”.

É comum, principalmente em veículos internacionais, quando surge os primeiros artigos/posts/textos utilizando a palavra gorgeous, spetacular, outstanding, disruptive, revolucionary (essa, em especial, cada vez mais desgastada). A própria necessidade de “sobreviver” na web quando o assunto é audiência, acaba demandando esse tipo de comportamento entre diversos editores.

O BuzzFeed praticamente vive disso. Quantas vezes você clicou em uma matéria deles, guiado pelo título, e percebeu que o assunto não aborda nada revolucionário ou espetacular ou ainda, disruptivo? Sim, há exceções, mas é bastante grande a frequência com que essas coisas acontecem, afinal de contas, esses veículos precisam gerar click. Precisam que o post seja compartilhado no Facebook, já que as pessoas tendem hoje a passar um texto pra frente baseadas no título, já que nem chegam a ler a matéria.

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Acabou virando uma briga sobre quem escreve o melhor título. A coluna central da home do Mashable tem o título “The Next Big Thing”. Raramente você lê algo ali que realmente torna-se a tal Grande Coisa. É conteúdo demais brigando pelas mesmas audiências.

Por vezes consigo detectar quando algo é realmente bom ou é só hype. Não sei exatamente como, se soubesse compartilharia aqui com vocês. Mas tem a ver com observar e comparar o “motivo do barulho” com algo que já existe ou existiu há algum tempo atrás. Nossa memória está cada vez mais curta. Estamos acostumando a colocá-la na nuvem, ensinando nosso cérebro que não é preciso ficar lembrando de tudo.

A necessidade de estar antenado, de conhecer e imediatamente entender o novo, por vezes faz com que compremos “novidades recicladas”, só porque “aquele cara” escreveu que era incrível e aquela tecnologia é a “Próxima Grande Coisa”. O tempo pra analisar algo está ficando menor.

Desconfie. Leia, releia, compare. O Hype pode estragar a experiência de assistir a um filme, ler um livro. Pode destruir uma experiência agradável que você teria indo a um restaurante ou conhecendo um país. Ele pode antecipar um sentimento artificialmente, sem você realmente ter experimentado e, quando você for lá conferir, não era nada daquilo.

Pode até te fazer acreditar que o Facebook já era 🙂

Rodrigo Cunha96 Posts

Publicitário, geek, louco por cinema, música, games, livros e boas idéias nas horas vagas e não vagas. Tem medo de fazer compras em NY e beber num PUB de Londres e nunca mais voltar.

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