Em nossas vidas existem algumas tarefas desagradáveis que geralmente são obrigatórias que devemos e, até mesmo precisamos realizar, independente do motivo. Essas tarefas diferenciam-se de pessoa para pessoa. Por exemplo, para algumas pessoas, o trabalho pode ser uma tarefa obrigatória, que não traz prazer algum mas precisa ser realizada, enquanto que para outras, o trabalho pode ser uma grande fonte de prazer, não se encaixando nessas tarefas obrigatórias justamente por trazer algum tipo de prazer e realização profissional e, isso não tem nada a ver com a profissão escolhida. Tantos outros exemplos podem ser mencionados aqui, mas acredito que já deu para entender o conceito.

Por serem tarefas obrigatórias, que não trazem nenhum tipo de prazer (ou trazem pouquíssimo), realizá-las pode ser algo completamente difícil, fazendo até mesmo com que você sinta grande resistência para realizá-las e, principalmente, iniciá-las. Isto não é algo tão incomum assim. Aprendemos desde cedo que precisamos fazer apenas o que gostamos e apenas o que nos traz prazer, mas infelizmente a vida não é sempre assim e encontramos muitas atividades que não nos dão prazer e precisam ser executadas. E está tudo bem.

O principal motivo de criarmos essa resistência quanto a essas atividades, não é somente o fato de elas não nos trazerem prazer ou por serem obrigatórias, na verdade, criamos essa resistência pelo conceito que temos a respeito delas. Ou seja, a crença que você desenvolveu (ou aprendeu) a ter sobre essa atividade influencia o grau de sua satisfação que você tem em realizá-la.

Por exemplo, quando o seu chefe pede para que você trabalhe no sábado, pois a empresa está precisando com muita urgência de alguém para fazer isso e você é o mais capacitado, pois ficará sozinho. Para muitas pessoas isso pode ser a pior coisa do mundo, pois será uma atividade obrigatória (mesmo que remunerada), que não te trará prazer, mas que precisa ser feita. A resistência que você irá criar para realizar a tarefa, podendo até realizá-la de qualquer maneira ou ir para o trabalho apenas para marcar presença, está ligada diretamente a forma como você entendeu esse pedido.

Digamos que para você o sábado é um dia para descansar e não para trabalhar, logo, ir trabalhar no sábado será um “castigo”, enquanto para outros o sábado é também mais um dia para trabalhar. A diferença está na forma como você pensa sobre esse dia em específico. Portanto, para começar a realizar as atividades obrigatórias de uma maneira melhor, você precisa primeiro modificar as suas crenças sobre essas atividades.

Nesse exemplo dado, para modificar a forma como você percebe a tarefa que lhe foi atribuída, no lugar de pensar que terá que trabalhar mais um dia, você pode pensar na importância que isso fará para a sua empresa, ou pensar que seu chefe acredita que, de todos os funcionário, você é o único capaz de realizar essa tarefa. Outro motivador para transformar a forma como você pensa nessa tarefa obrigatória é refletir sobre como está seu conceito frente aos outros ou até mesmo nas bonificações monetárias que você terá com essa realização.

Meu intuito com esse exemplo é demonstrar como a forma como nós percebemos as coisas influenciam nossas opiniões sobre elas e, como nós somos capazes de transformar nossos pensamentos para realizar as atividades que são obrigatórias da melhor maneira possível, podendo fazer até mesmo que elas deixem de ser obrigatórias e nos tragam maior prazer. O fato de ter um pensamento ruim sobre as tarefas já impede de que você sinta algum prazer em realizá-la.

Pensamos agora então em um estudante universitário que precisa realizar estágios não remunerados para formar-se. Além de ser para ele uma tarefa obrigatória, não trazer nenhum tipo de prazer, ainda não tem o benefício monetário. Pode parecer que neste caso seja mais difícil ainda conseguir manter-se motivado e realizar esta tarefa, certo? Não necessariamente. Isso dependerá apenas da forma como esse estagiário perceberá a tarefa em si.

Se o estagiário deste exemplo pensar que é apenas uma tarefa obrigatória e que ele precisa fazer apenas para passar de ano, com certeza, ele não terá prazer algum em realizá-la. Mas pensamos que essa pessoa refletiu sobre essa atividade e percebeu que ela tem uma importância maior do que simplesmente passar de ano, ele está ajudando outras pessoas nesse seu estágio e está adquirindo grandes conhecimentos que farão muita diferença para o seu futuro profissional. Com esse pensamento, o prazer e a motivação de realizar esta tarefa pode aparecer com maior frequência.

Nessa linha de pensamento fica fácil concluir que o nosso pensamento a respeito das situações influenciam a forma como iremos encará-las. Isso serve para diversos aspectos da vida. Portanto, a partir de hoje, quando você deparar-se com situações das quais você não sente prazer algum ou faz apenas por “obrigação”, tente imaginar os benefícios, tanto para você quanto para os outros, que você terá ao realizar essas atividades e, principalmente, tente modificar a forma como você encara essa responsabilidade. Esse não é somente um exercício de desenvolvimento pessoal como também serve pra o amadurecimento psicológico.