Brandon Flowers e a nostalgia oitentista

The Desired Effect

Brandon Flowers é um músico com um grande poder de transformação. Cinco anos separam o seu primeiro álbum solo, o bem sucedido Flamingo (2010), de sua segunda aventura, The Desired Effect, lançado no último dia 18. Nesse meio tempo, Brandon lançou Battle Born (2012) com o The Killers, apedrejado pela crítica, em geral por dar ao grupo um rumo pop, cada vez mais longe do “Glamouroso Indie Rock and Roll” do início da carreira da banda.

Contexto formado, estamos em 2015 e Brandon Flowers parece mais confortável do que nunca em colocar roupagens pop em suas canções. O álbum em si é uma grande homenagem aos anos 80, nostalgia não só para o músico como para qualquer um que ouça The Desired Effect, pois grandes novidades sonoras ele não traz. A intenção de Flowers aqui é dar todo seu coração e alma ao estilo que participou de sua infância e adolescência.

E isso, ele consegue com maestria. Ao ouvir os primeiros segundos de Dreams Come True, faixa de abertura do álbum, roupas coloridas e toda farofa característica da década de 80 vêm à mente até dos que não viveram aquela época. Aliás, na maioria das canções do álbum, podemos fechar os olhos e imaginar uma pista de dança. É o caso de I Can Change Still Want You e Lonely Town, uma das melhores de The Desired Effect, que ganhou um videoclipe nostálgico e divertido.

Ao longo dos 39 minutos de álbum, podemos perceber que Flowers não economiza nos sintetizadores e não tem medo de colocar um pouco mais, se achar necessário. O que sobrou da essência do seu primeiro álbum aparece em alguns pontos de Can’t Deny My Love e Untagled Love. Já em Never Get Your Right, o músico abraça de vez o pop e os sintetizadores em uma balada feita para se cantar em coros, nada de músicas mais intimistas como em Flamingo – aqui as backing vocals têm quase uma função de ser a voz cantada pelo público nos shows.

Beetween Me And You e The Way It’s Always Been, a faixa derradeira do álbum, são baladas bem construídas (sintetizadores um pouco mais lentos, mais ainda com forte presença), mas que aparecem com menos mágica em meio a todo o brilho das canções mais agitadas que dão forma ao novo trabalho de Flowers. Por outro lado, as canções são necessárias para o andamento e o ritmo do álbum, o que o faz parecer mais orgânico.

A sonoridade de Brandon Flowers ainda tem alguns resquícios de Hot Fuss (The Killers, 2004), mas a essência de suas canções estão longe de serem as mesmas. No entanto, se sai bem ao lançar um álbum, que apesar de pop, não soa em nenhum momento forçado. A sinceridade que Brandon Flowers traz nas novas canções e a homenagem à década que o inspirou dão a The Desired Effect uma cara verdadeira, muito mais até do que os últimos lançamentos do The Killers.

Colaboração: Tom Freitas.

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