Videogame. Essa palavra, que ainda carrega o estigma de representar “entretenimento para crianças”, ainda não é percebida e nem entendida como representante de um mercado gigantesco, que chega a ultrapassar a industria de cinema em termos de faturamento.
No Brasil, a coisa piora bastante. Você já deve ter percebido, principalmente em novelas, que geralmente quando o tema é abordado, há sempre crianças em cena e a sonoplastia utilizada ainda é aquela que ouvíamos na época do Atari. Há quem diga que a sonoplastia genérica é por conta de direitos autorais. Enfim.
E quando videogame é tema de algum telejornal? Sempre acontece aquela interação entre os âncoras, frequentemente uma saia justa: “E você, João, gosta de jogar? É fera nos joguinhos?”. Aí o outro responde: “Não, não, Silvia, esses joguinhos consomem demais o meu tempo. Mas meus filhos, depois de fazerem os deveres, é claro, se amarram”.
Mas acontece que há muito tempo, a industria do entretenimento eletrônico deixou de ser algo que atrai somente a atenção das crianças. Segundo o Pew Internet & American Life Project, nos EUA, jogam games 53% dos adultos com 18 anos ou mais. Entre os entrevistados na faixa etária 18-29, 81% jogam, enquando que aqueles na casa dos 30-49, 60% é adepta aos games.
No Brasil os dados também são animadores. Segundo o Instituto Ipsos (2013), 30% dos brasileiros possuem consoles domésticos e portáteis. A faixa etária entre 10 a 19 anos responde por 44%. Já a faixa entre 20 a 29 anos representa 33% e 32% está entre os 30 a 39 anos. O percentual vai diminuindo conforme a idade avança, mas ainda assim há números representativos, pois 29% dos que têm consoles possui entre 40 e 49 anos. Porém, devemos lembrar que a pesquisa leva em conta quem possui console doméstico e não leva em consideração a frequência com que as pessoas jogam.
Videogame é coisa de gente grande e negócio de gente grande. Já somos líderes mundiais em crescimento. É possivel notar essa expansão quando observamos o crescente número de novas produtoras no país, entre elas a gaúcha Swordtales, responsável pelo aclamado TOREN (video abaixo), que ainda nem foi lançado. Isso pra não falar do volume cada vez maior de games dublados e legendados em idioma PT-BR.
Os números também não me deixar mentir: as vendas de consoles no Brasil em 2012 tiveram um crescimento de 43%, resultando em uma movimentação de R$ 1 bilhão, segundo dados levantados pela GfK. As vendas de games também tiveram crescimento considerável, movimentando R$ 629 milhões em 2012, resultando em uma alta de 72% em relação ao ano anterior.
Essa indústria vem empregando roteiristas, diretores, art designers, atores, produtores e etc. Há games que chegam a levar cinco anos em desenvolvimento, contando com equipes de até 200 pessoas. O roteiro de GTA V tem mais de mil páginas. Beyond Two Souls é o 1º game a ter 2 atores de cinema fazendo parte do enredo principal: Ellen Page e Willem Dafoe. O mesmo Beyond “estreou” no Tribeca Film Festival. GTA V quebrou 7 recordes de vendas e entrou para o Guiness. É o maior produto de entretenimento já lançado. E o novo Call of Duty chega no mês que vem pra engrossar ainda mais esse caldo.
Eu sempre gostei de games, não é de hoje. Comecei a jogatina aos 7 ou 8 anos de idade, não lembro ao certo. Foi quando experimentei o game SKIING (lembra daquele jogo de esqui na neve, onde você tinha que passar pelo meio das bandeirinhas?), do finado a saudoso Atari 2600, após brigar horas com a entrada de antena da TV de tubo que ficava na sala.
Dali em diante …. bem, eu cresci e me tornei Publicitário. Mas a paixão pelos games e por toda essa indústria continua intacta.
Estarei aqui no Tudo para Homens semanalmente, trazendo novidades, bastidores, curiosidades e tudo que tiver relação com esse fantástico mundo do entretenimento eletrônico.
Espero agradar. Let’s PLAY!
Veja os Comentários
Parabéns Rodrigo Cunha... Excelente matéria...
Tks Igor. Fico feliz que você tenha gostado. Um abraço.
Legal esse seu espaço, Rodrigo! Parabéns e sucesso! Agora, cá entre nós, imagina se o Brasil não sofresse com essa carga tributária desmedida que faz com que o PS4 custe aqui R$4mil (US$400, nos States; o equivalente a R$2400 na Argentina!)...ah, seria legal uma matéria sobre a pirataria dos joguinhos, pois imagino que seja enorme.
Grande Vitor, tudo bom meu caro? É verdade, a carga tributária também complica quem gosta de games. Pagar 200 reais em um jogo é complicado. Se vc for analisar, a 4 games novos, você compra um console novo hehe. Sobre a matéria ligada a pirataria, sugestão anotada. Aquele abraço!