Categorias: Comportamento

O problema em ser muito autoconfiante

A autoconfiança é essencial para realizarmos as nossas atividades diárias e, principalmente, para conseguirmos realizar novas atividades das quais não estamos acostumados, abrindo possibilidades para assumir riscos e novas responsabilidades. A falta de autoconfiança é também (assim como o excesso) um grande problema.

Tendo em vista a quantidade de conteúdos com métodos e técnicas para aumentar a autoconfiança, faz-se necessário alertar sobre os problemas do excesso da autoconfiança e suas consequências negativas. Ao mesmo tempo em que é preciso ser autoconfiante, acreditando no próprio potencial, é preciso também entender o limite entre confiar em si mesmo e exceder esta confiança levando à tomada de decisões e comportamentos exclusivamente negativos.

Portanto vamos às consequências do excesso da autoconfiança.

A Perda da Humildade.

Quando acreditamos demasiadamente em nosso potencial, principalmente quando se trata de algo específico, por exemplo: quando alguém acredita ser o melhor profissional da sua área, pode passar a crer então que os outros profissionais não são bons, ou pelo menos, não tão bons quanto ele. Esta crença pode elevar a autoconfiança de maneira que o profissional em questão passe a desvalorizar os outros e a supervalorizar seu próprio trabalho. A maneira como o profissional passará a comportar-se perante os outros pode negativa, refletindo também em outros aspectos de sua vida.

Supervalorização de si.

Isto significa valorizar-se a si mesmo mais do que deveria. Isto é um problema, pois pode levar a pessoa a não perceber os seus erros, já que está se supervalorizando em excesso. De forma que quando comete um erro diminui e sua intensidade (mentalmente) para que este erro não o atinja e o impeça de mudar. Em outras palavras podemos dizer que a pessoa desacredita no erro por acreditar que os seus outros acertos foram maiores do que o erro em si, pensando que o erro não tem importância alguma, já que outras vezes ele acertou, fazendo com que cometa os mesmos erros com mais frequência.

Diminuição dos esforços.

Outro grande problema do excesso de confiança em si mesmo pode ser a diminuição dos esforços referentes a temas específicos. Por exemplo, um aluno que acredita ser muito bom em apresentações de trabalhos orais, ele sempre se esforçou muito para estas apresentações, até chegar a um ponto em que acredita ser muito bom nelas, de forma que não precisa mais se preparar, como fazia anteriormente. Suas apresentações começam a perder qualidade, mesmo que ele não perceba.

O aluno do exemplo parou de se preparar para algo que ele acreditava já ser bom o suficiente, acreditando ser tão bom neste algo que não se fazia mais necessário preparar-se para realiza-lo. Diminuindo também as chances de ele desenvolver ainda mais suas habilidades de comunicação e apresentação. O excesso de confiança o levou a perda de qualidade de algo que acreditava já dominar.

Perda de oportunidades.

Este erro é bem interessante. É comum percebermos pessoas que acreditam demasiadamente em si e, como consequência disto, acabam perdendo muitas oportunidades de adquirirem novas experiências por acreditarem que estas oportunidades estão “abaixo” delas. O pensamento de que “eu sou muito bom para fazer isto” está intimamente ligado a esta perda de oportunidade, independente de qual seja. Este é um estado onde a pessoa acredita ser “superior” tanto aos outros quanto às oportunidades em si. Isto faz com que a pessoa perca mais oportunidades do que ganha, afinal o outro pode não vê-lo tão acima assim das oportunidades dadas, já que a pessoa está almejando, em alguns casos, coisas maiores do que realmente merece e/ou consegue.

Deixar tudo para cima da hora.

O acreditar demasiadamente em si significa, então, acreditar que vai conseguir fazer tudo de forma mais fácil e rápida do que outros. Quando alguém fala que levou dois dias para realizar algo, a pessoa pode acreditar que levará apenas um. Desta forma ele pode deixar para realizar as tarefas com prazo para o final do mesmo, já que acredita ser capaz e ter facilidade de realizá-lo, podendo perder o prazo. Pode ocorrer também de a pessoa assumir muitos compromissos dos quais não conseguirá cumprir, pois está acumulando muitas tarefas, acreditando ser capaz de realizar todas.

A autoconfiança é necessária para alcançarmos nossos objetivos, mas é preciso estar atento a nossa própria capacidade e motivações para não acreditarmos demasiadamente em algo que não deveríamos. É preciso tentar perceber as nossas reais possibilidades, deixando um pouco de lado o que acreditamos ser, abrindo espaço para compreendermos o que realmente somos. Desta forma somos mais capazes do que podemos imaginar, pois ao mesmo tempo em que o excesso de autoconfiança nos “eleva” ele também nos limita para nossas reais conquistas.

Leonardo

É psicólogo e redator de conteúdos. Escreve, reflete e pesquisa sobre os mais variados temas. Não considera a escrita como trabalho, mas uma necessidade da alma.

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Leonardo