A culpa não é minha!

A culpa não é minha!

Algumas pessoas tem o costume de sempre culpar o outro por tudo que não funciona da maneira com a qual gostariam. Para essas pessoas o outro sempre está errado e elas não contribuíram para o fracasso, mesmo em um trabalho em grupo. Essas pessoas tendem a projetar suas frustrações nos outros para que não afetem a si mesmas. Podemos ver isto como um mecanismo de defesa, pois eles pensam que se foi o outro que errou “a culpa é dele e não minha”. “Se a culpa não é minha portanto não preciso me preocupar em mudar meus comportamentos, afinal, estou fazendo tudo certo”.

O colocar a culpa no outro pode ser muito cômodo para quem o faz, mas por outro lado pode trazer grandes problemas a longo prazo. Geralmente quem não entende sua parcela de culpa nos problemas é aquela pessoa com dificuldades em desenvolver-se nas atividades cotidianas. Tem mais problemas frequentes nos relacionamentos e, principalmente, tem menos contatos sociais. Estas pessoas podem julgar os outros como incapazes ou não merecedores de suas companhias, pois, com o tempo, podem criar um falso senso de si, já que se protegeram tanto de suas frustrações e decepções, acreditando que somente sozinhas são capazes de realizar as tarefas com perfeição (que muito pouco o fazem) por crerem que o outro irá estragar tudo. Elas também deixam de realizar algumas tarefas sozinhas pelo medo do erro, afinal, não teriam quem culpar.

Além dos problemas sociais que esta “prática” pode acarretar, alguns problemas comportamentais podem estar presentes também, pois, por acreditam que a culpa é sempre do outro, essas pessoas, que já estão com baixa tolerância a frustação, podem não conseguir conter seus sentimentos negativos quando algo dá errado e descontam no outro o erro, tendo comportamentos, geralmente, negativos. Até mesmo erros que os outros não poderiam ter cometidos, para estas pessoas, foram de alguma forma cometidos por alguém. Quando é comprovado que o erro foi delas, tendem a criar desculpas mirabolantes apenas para não acreditar que também são passíveis de errar. Elas podem não conseguir enganar os outros sobre seus erros, mas conseguem enganar a si próprias.

Geralmente pode existir um certo prazer, nessas pessoas, em demonstrar que o outro está errado, tentando demonstrar que elas estão certas. O que pode significar que estas pessoas não são capazes de lidar com a derrota e principalmente com a vitória. Sentindo uma necessidade de “aparecer” mais do que o outro.

Quando se trata de trabalho em equipe, caso algo dê errado, é comum pensarmos que a culpa é da equipe em si, que não efetuou seu trabalho de forma sincronizada. Desta forma, todos têm sua parcela de culpa. É preciso que deixemos de culpar o outro pelos nossos fracassos para tentar aprender com os mesmos. Culpar o outro pelo próprio fracasso, além de estar nos esquivando da culpa, também evita pensar a fundo sobre estes fracassos, de forma que possamos voltar a cometer os mesmos erros no futuro. Pois, afinal, não aprendemos nada com os erros passados se não refletirmos sobre eles e entendermos onde realmente erramos.

O deixar de culpar o outro portanto tem a ver com saber onde está nossas responsabilidades e, principalmente, saber reconhecer os próprios erros. Dificilmente alguém tem toda a culpa por um fracasso, mas reconhecer suas parcelas de culpa e tentar ao máximo reverter e evitar os mesmo erros, pode ser a melhor forma de desenvolvimento social. É possível aprender e se desenvolver com os próprios erros, assim que formos capazes de reconhece-los.

Leonardo546 Posts

É psicólogo e redator de conteúdos. Escreve, reflete e pesquisa sobre os mais variados temas. Não considera a escrita como trabalho, mas uma necessidade da alma.

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